Pular para o conteúdo principal

Baby Steps e o caso do Google Reader


Já falei do meu apreço pelo Google Reader anteriormente aqui. Pois bem, já faz mais de um mês que se anunciou e concretizou a integração dele com o Google Plus. Não adiantou as pessoas reclamarem antes nem depois pois a mudança veio e, como tem se mostrado, vai ficar. Pois bem, aproveito esse tempo experimentando as mudanças para dar meu ponto de vista da situação bem como um pitaco nas estratégias da gigante de Mountain View.

Pontos Positivos


Apesar de tanta reclamação as alterações do Reader existem e são bem clara a mim. A começar pela nova interface. A interface antiga do Reader não sofreu grandes evoluções durante toda a sua história e já estava defasada em pelo menos duas versões da identidade visual do Google. A nova apresentação se mostrou mais limpa e mais agradável a leitura.

Outra vantagem foi a troca do "like" pelo "+1". Apesar de haver divergências entre muitos acerca disso lembro que o "like" não trazia muitos benefícios a nenhuma das partes (leitores e produtores de conteúdo). Com o "+1" temos agora uma ferramenta de feedback integrada, assim que produz conteúdo pode tirar mais proveito do uso da ferramenta e saber o que as pessoas acham dela.

Apesar das desvantagens, o acompanhamento dos seus compartilhamentos pelo Google Plus é mais coeso e fácil de acompanhar do que ocorria com os "commented" de antes ou mesmo pelo Google Buzz.

Pontos Negativos


Aqui são vários mas focarei nos principais. O primeiro e mais grave foi a mudança na forma de compartilhar conteúdo. Ao se integrar com o Google Plus e deixá-lo como única forma de acompanhar o conteúdo de seus amigos a Google mostrou que não compreendia o intuito da ferramenta. Isso pois a mudança para o Plus te obriga a mudar o foco de atenção de uma ferramenta focada em conteúdo para uma focada em interação.

Outro ponto negativo de se usar o Plus é seu péssimo suporte a leitura dos compartilhamentos sempre te obrigando a seguir o link a página original (fora do propósito de um RSS) e com previews muito fracos. Algo estranho de se observar pois nestes dois pontos, apesar de não ser muito bom, o Google Buzz era mais eficiente.

Ainda acerca do Plus, temos o fato de sua leitura misturar tudo quanto é tipo de notificação dos seus amigos (fotos, pensamentos e piadinhas da firma) com conteúdo relevante. O que era uma das vantagens do Reader anteriormente era a sua capacidade de focar o usuário em conteúdo relevante e diferenciado.

Por fim, a interface e usabilidade ainda precisa de melhoras. O problema de se compartilhar em dois passos (ao invés de um) foi resolvido a posteriori mas ainda temos outros detalhes como o mal aproveitamento do espaço (falta a o modo compacto como existe no docs e no gmail) bem como a caixa de pesquisa dos rótulos.

Baby Steps

Engraçado que o lançamento do Plus foi comparado ao falecido Wave. A Google tenta com força ganhar terreno nas redes sociais mas se mostra sempre um passo atrás dos gigantes já estabelecidos e até  novas startups. Na minha opinião isso é devido as estratégias BigBang seguidas pela empresa em seus produtos. Parece que se esqueceram de como é começar com pouco (mas diferencial) e ir escalando a crescendo aos poucos. Um bom exemplo disso é o Google Buzz, ferramenta simples integrada ao Gmail que te agrega apenas o fato de organizar os comentários de seus amigos sobre seus conteúdos (Reader e Twitter por exemplo), a ferramenta teve ótima aceitação. Pena que por concorrer com o Plus, será engolida.

Para mim o Reader foi mais um exemplo de estratégia BigBang mal sucedida. Fazendo um passo de cada vez poderia se ter alcançado melhores resultados. Por exemplo, apenas uma melhoria na interface ou a troca do "like" pelo "+1" já traria evoluções a ferramenta e permitiria analisar a reação das pessoas com as mudanças.

Por fim cabe a nós esperar e ver como será a evolução do Reader pois ou ele ficará capenga como está ou muitos passos pra trás (como no caso do share) serão dados até se corrigir o rumo.


Postagens mais visitadas deste blog

A experiência de software

Hoje em dia está muito em voga se falar sobre o desenvolvimento de produtos e serviços de software. Sendo assim as iniciativas e startups estão alta. Mas para quem está no mercado de Brasília (e de alguns outros centros do país) como eu, sabe que a prestação de serviços nas famigeradas "Software Houses" ( me recuso a chamar de Fábricas de Software ) é bem comum. Porém, este trabalho costuma ser renegado ou, como eu vejo, tratado sob um ponto de vista um pouco equivocado. Uma fábrica de software artesanal Onde se enganam tais pessoas é em que elas estão vendendo. Muitas empresas acreditam, de fato, que vendem software. Eu porém digo que isso é não de todo verdade. Se você é um prestador de serviços e constrói software sob demanda, você não vende apenas o software. Aqui não me refiro aos milhões de outros "artefatos" que são empurrados goela abaixo entregues aos nossos clientes. O que vejo é que vendemos algo que não está limitado ao software que vai pra mão (ou se

TDD como ferramenta de aprendizado

Na penúltima sessão do DojoBrasilia surgiu a seguinte questão: Será que o TDD não atrapalha no aprendizado de novas tecnologias?  A grande questão girava em torno de que o respeito estrito as regras ao TDD tornariam o aprendizado lento e enviesado. Isso por que você estaria focado em passar o teste o que estaria limitando sua velocidade no aprendizado na tecnologia, bem como a visão do objetivo final. Caso do dojoBrasília No caso da sessão que levantou a questão acho que o principal sentimento de "lentidão" se deve a grande carga de tecnologias novas que estavam envolvidas. Escolhemos iniciar um problema conhecido em não uma, mas várias tecnologias ( Backbone.js , Undescore , CoffeeScript , Jasmine , etc). Ao final da sessão a sensação de pouco avanço era justificada pelo tempo gasto compreendendo as tecnologias em questão. A sessão seguinte não obteve o avanço que muitos esperavam. Mas nela podemos ver como o uso de TDD compensou. Tínhamos apenas 4 cas

Formando pessoas desenvolvedoras na bxblue

Eu sempre fui apaixonado por ensinar. Trabalho com a formação e ensino desde 2003, indo desde o ensino das bases de computação até lecionar em cursos de pós-graduação. Estar no dia-a-dia com pessoas que estão no começo da carreira é um mix de satisfação e desafio. Satisfação por você ter a oportunidade de contribuir com um pedacinho tão especial da história daquela que será uma pessoa desenvolvedora no futuro. Desafiadora pelo fato de precisarmos nos despir de aprendizados já superados em nossas mentes e nos esforçamos por enxergar novamente pelos olhos de quem ainda não tem a mesma vivência que você. Por onde passei, eu sempre acreditei que um bom equilíbrio entre profissionais experientes e em formação é a melhor combinação para um time de tecnologia. Isso é benéfico não apenas para a retenção, como também é estímulo para uma cultura de aprendizado e humildade. Cultura essa que favorece o compartilhamento e interação não apenas entre quem faz o software, mas também as demais áreas da