Tudo começou com uma brincadeira mas que por fim se tornou algo sério.
Comecemos pelo problema então.
Quem é de TI deve já ter ouvido falar do Manifesto Ágil. Quem não é, fique tranquilo pois serve a todos da indústria do conhecimento. Pois bem, em seu primeiro princípio temos a seguinte afirmação:
Pessoas e Interações sobre processos e ferramentas.
Este princípio busca valorizar aqueles que são o que realmente importa no trabalho. As pessoas e como elas interagem entre si. Soa como algo óbvio mas não parece ser. O que mais vemos é processos e ferramentas que buscam preencher o espaço que as pessoas e suas interações, capengas, deixam. Eu poderia discorrer sobre diversas vertentes desse problema mas vou focar aqui em uma das ferramentas mais tradicionais: O código de vestimenta.
Talvez você não tenha passado pela experiência de assinar um código de vestimenta seguido pela sua empresa (algo que eu já tive que fazer no passado). Mas é fácil de se observar como, mesmo não explícito, ele rege algumas relações. Uma leve pesquisa na internet revela diversas dicas sobre como se vestir no ambiente de trabalho. É aí que chegamos na relação (não apenas de poder) mas de respeito que as pessoas estabelecem com a vestimenta que você tem.
É nesta relação que a bermuda se mostra como um símbolo forte de resistência. Temos vários casos em que as pessoas foram vetadas de entrar em lugares por estar de bermuda. É muito comum se ligar a imagem da bermuda (ou vestimentas casuais) a falta de respeito. Eu já ouvi de diretores de grandes empresas que a necessidade de se manter uma vestimenta formal é para que as pessoas não confundam o ambiente de trabalho com o de lazer. E então voltamos ao príncipio inicial do manifesto ágil. Estamos então valorizando as ferramentas (um código de vestimenta) pois não confiamos nas pessoas para tomar as decisões do seu dia a dia (no caso, como se vestir).
Muitos já argumentaram sobre a não necessidade desse tipo de ferramenta. Mas para mim nada muda enquanto não se entende o principal porque envolvido. E a maior falha está ainda na contratação de novas pessoas para a equipe. Se a sua empresa está atrás de pessoas incapazes de tomar decisões o que você deveria contratar são "mecânicos e máquinas" que automatizem seu trabalho para você. Mas se você precisa de pessoas que produzam conhecimento você precisa de pessoas que tomem decisões por si próprias.
Quando você avalia as características dete tipo de pessoa você verá que elas não seguem muita das "regras e padrões" estabelecidos. Mas elas são capazes de decidir quando devem pegar leve nas suas excentricidades. É essa qualidade que as tornam capazes de tanto corrigir quando os outros estão errados (e não apenas aceitar tudo como está) e receber críticas sobre o seu trabalho (e aprender com isso). Por isso que estas pessoas fazem a diferença onde trabalham.
Sendo assim o manifesto bermudista se resume a apenas um princípio:
Pessoas e Competências sobre impressões e pre-conceitos.
Pois confiamos nas pessoas para tomar suas decisões (não apenas sobre suas vestimentas) para mudar e evoluir o ambiente ao seu redor. Desta forma, e no espírito dos pequenos atos, que criamos o site do manifesto bermudista. Para divulgar esta idéia a muitos outros que comparilham de nossas opiniões (ou que discordam dela).
PS: Fico ainda devendo a hsitória de como este grandioso movimento teve seu início para um post futuro.