This post has an English version specially for my fellows from this 500 batch. Just go here.
Passei um tempo longe deste espaço. Mas exatamente, os últimos 3 meses. Mas a razão foi nobre, pois estava como parte da equipe do Qual Canal participando do programa de aceleração da 500 Startups. Tento então agor, pagar a minha dívidas em palavras, falando um pouco de como foi essa experiência. Em especial aquilo que quebrou alguns tabus que eu tinha e que vejo na comunidade de startups brasileira.
Fer, Eu e Terra destruindo nos Demo Days
Um dos principais valores que o Vale lhe proporciona é a proximidade com grandes empresas. Estabelecer contato direto com empresas como Google, Facebook, Twitter e outras é uma oportunidade única para alavancar seu negócio. Muitos acham que para se chegar em um cara desses é algo tão simples quanto tocar a campainha de seus escritórios. Assim como em outras comunidades o segredo é conseguir uma boa indicação para chegar até quem lhe interessa. Porém, o valor desta rede é muito apreciado por aqueles que fazem parte dela. Portanto, ninguém vai lhe indicar se não sentir que o que pode partir dali será visto com bons olhos.
Mesmo conseguindo um contato, algumas diferenças ainda se destacam. Não me refiro apenas ao clima informal dos encontros. Afinal, eu como bermudista sou mais que adepto desta linha. Mas também a sinceridade e praticidade presentes nas conversas. Isso difere muito do jeito brasileiro de tentar "amaciar" as coisas. A maior parte das conversas é bastante direto ao ponto, com as partes sempre apresentando o que pretendem sem rodeios. Se durante a conversa alguém vê que não tem futuro a conversa simplesmente é finalizada. Pode parecer grosseiro de início, mas é apenas o jeito prático do mundo dos negócios americano.
Um outro ponto de destaque do Vale é com relação ao acesso a investimento. Nisto, o fato dos americanos serem um povo muito bastante empreendedor facilita bastante. Sendo muito comum a primeira fonte de investimento vir da família e amigos. Além disso existe uma vasta rede de fundos e investidores individuais interessados em produtos nascentes. Porém, nada é tão fácil como parece. Tirar dinheiro desse pessoal não é nada fácil. Além de você ter que provar que fez um bom dever de casa (mostrando que tem mercado, tração e uma boa equipe) você tem que conseguir uma boa sinergia com seus investidores. O foco aqui é no chamado Dinheiro Inteligente, aquele que vem de investidores que vão agregar ao mercado que você está atacando.
E é no ponto do investimento que eu vejo a 500 como algo que se destaca no meio de tanta coisa diferente. Eu já participei de outros programas de aceleração, porém o que tivemos aqui foi algo único mesmo para os padrões americanos. De início, temos uma abordagem que inclui não só aceleração como também investimento em cada uma das empresas que estão participando do programa. Isso faz com que o clima de parceria seja potencializado e o interesse que sua idéia dê certo seja ainda maior. Ao longo de todos os meses tivemos sempre um acompanhamento de perto para que tivéssemos encontros com os mentores certos e as pessoas certas para que nosso produto fosse cada vez mais alavancado.
Outro diferencial está que a 500 investe fora do mercado americano, algo bem distinto dos outros fundos de fora. Isso por que a maior parte dos americanos acreditam que a conquista de um mercado global deve sempre começar pelo seu próprio terreno. É compreensível, mas o que a 500 permite uma maior diversificação dos mercados de investimento, em especial grandes mercados já estabelecidos. Junto com isso, também temos uma grande riqueza de experiência aos participantes do programa. Ao conhecer mercados e pessoas que estão na crista da onda faz você sentir como um deles. Isso, somado ao forte clima de colaboração que se manteve durante todo o programa só alavancou empresas e as conexões entre elas.
Por fim, um outro grande ponto do Vale do Silício é a tecnologia que gira em torno das empresas daqui. Porém, supreende a quem chega que a maior parte das em das empresas deste último batch não tem o foco na tecnologia criada, mas sim no negócio sendo explorado. É claro que tivemos empresas com tecnologias que chamaram a atenção como o WayGo, Kickfolio e a galera do GazeMetrixs. Mas é mais incível ver grandes negócios vindo de pessoas que inovam desde o email até a venda de chá.
Com certeza é impossível resumir em apenas um post tudo que rolou de aprendizado. Mas fica aí o que mais se destacou na minha mente. Mas se alguém quiser saber mais é só me perguntar seja nos comentários ou no twitter.