Pular para o conteúdo principal

Dinheiro não é seu propósito

Faz algumas semanas estava a conversar com um amigo. Durante a conversa ele fez uma crítica sobre uma das bandeiras mais defendidas no movimento de startups. Essa bandeira é a do foco na entrega de valor como o principal motor da sua empresa. De acordo com este colega, isso não passava de marketing e auto-ajuda. Para ele, o objetivo de toda empresa é lucrar, o restante é apenas meios para tal.

Seu ponto é que o discurso de querer ajudar seus clientes é muito bonito. Que ele cria uma visão errônea de que uma empresa é uma entidade benevolente, cujo o lucro é apenas uma causalidade. Mas que tudo isso é uma farsa para motivar empregados e consumidores e os afastar da temível verdade. A verdade que empresas buscam apenas potencializar seus lucros da maneira mais eficiente possível. Desbravando os caminhos para sempre crescer seu bolo. Para ele, é rpeciso vencer essa visão "infantil" para que entendamos a realidade como ela realmente é.

Eu, particularmente, não concordo com esta visão. O por que é bem alinhado com o que é dito no seguinte vídeo.



Em resumo, o que Jurgen diz é:

Dinheiro é como oxigênio. Sem oxigênio, as pessoas não vivem. Nem por isso, seu objeitvo na vida é respirar.

Da mesma forma, empresas necessitam de dinheiro para sobreviver, nem por isso ganhar dinheiro é seu principal objetivo. Muito pelo contrário, ganhar dinheiro é apenas uma das funções fisiológicas necessárias para a continuidade da existência de um negócio. Sem ele, seu propósito não pode ser alcançado, mas não faz dele o propósito em si.

As conseqüências de se confundir dinheiro com propósito é o mesmo de quem afunda em um lago. A busca desesperada por ar te faz ingerir água, o que apenas acelera o processo de asfixia. De maneira similar, empresas que esquecem seu propósito e se vêem numa busca cega por fontes de receita. E isso as leva a perder a noção de sua visão. No fim, o efeito é uma bola de neve onde a redução de receita leva a busca de novos clientes, que leva a difusão do foco, que leva a diluição do propósito, que leva a redução de clientes que não se indentificam com as mudanças e assim o ciclo se repete.

Não me entenda de forma errada, pois eu acredito sim que empresas devam usar seus resultados financeiros como motivadores para mudanças de rumos. Porém, deve-se entender o que se esconde por trás dos números. Estes são momentos chaves para se questionar o propósito do negócio, e entendendo-o evitar de se cair em uma vortex na busca de dinheiro.

Postagens mais visitadas deste blog

A experiência de software

Hoje em dia está muito em voga se falar sobre o desenvolvimento de produtos e serviços de software. Sendo assim as iniciativas e startups estão alta. Mas para quem está no mercado de Brasília (e de alguns outros centros do país) como eu, sabe que a prestação de serviços nas famigeradas "Software Houses" ( me recuso a chamar de Fábricas de Software ) é bem comum. Porém, este trabalho costuma ser renegado ou, como eu vejo, tratado sob um ponto de vista um pouco equivocado. Uma fábrica de software artesanal Onde se enganam tais pessoas é em que elas estão vendendo. Muitas empresas acreditam, de fato, que vendem software. Eu porém digo que isso é não de todo verdade. Se você é um prestador de serviços e constrói software sob demanda, você não vende apenas o software. Aqui não me refiro aos milhões de outros "artefatos" que são empurrados goela abaixo entregues aos nossos clientes. O que vejo é que vendemos algo que não está limitado ao software que vai pra mão (ou se

TDD como ferramenta de aprendizado

Na penúltima sessão do DojoBrasilia surgiu a seguinte questão: Será que o TDD não atrapalha no aprendizado de novas tecnologias?  A grande questão girava em torno de que o respeito estrito as regras ao TDD tornariam o aprendizado lento e enviesado. Isso por que você estaria focado em passar o teste o que estaria limitando sua velocidade no aprendizado na tecnologia, bem como a visão do objetivo final. Caso do dojoBrasília No caso da sessão que levantou a questão acho que o principal sentimento de "lentidão" se deve a grande carga de tecnologias novas que estavam envolvidas. Escolhemos iniciar um problema conhecido em não uma, mas várias tecnologias ( Backbone.js , Undescore , CoffeeScript , Jasmine , etc). Ao final da sessão a sensação de pouco avanço era justificada pelo tempo gasto compreendendo as tecnologias em questão. A sessão seguinte não obteve o avanço que muitos esperavam. Mas nela podemos ver como o uso de TDD compensou. Tínhamos apenas 4 cas

De Híbrido a 100% remoto - o caso da bxblue

A bx nasceu como uma empresa remota. Durante os primeiros 18 meses, os três fundadores --  eu, Guga e Roberto -- trabalhamos de nossas casas. Passado esse período inicial de maturação da idéia, nosso time começou a crescer, e acabamos optando por seguir um modelo híbrido. Nele tecnologia e marketing permaneceram remotos porém nosso time de atendimento e vendas ficou atrelado ao nosso escritório. Mas, como em muitas outras empresa, isso mudou nas últimas três semanas. Depois de tantos anos, nos tornamos uma empresa 100% remota. O O grande incentivo veio da situação que vivemos no mundo atualmente. Tendo o isolamento social como uma medida necessária a todos que tem o privilégio de poder fazê-lo, era nossa responsabilidade fazer tal mudança. Pois minha intenção aqui é contar um pouco tem sido essas 3 semanas que marcam o começo de um período que a ainda tem muito pela frente. Porque Híbrido? Antes, deixe-me explicar por que escolhemos o caminho de ser uma empresa híbrida, tendo na