Já falei anteriormente sobre as minhas impressões sobre algumas diferenças entre a academia e o mercado. Como no início do mês teve o AgileBrazil deste ano, somado as vivências que tive de eventos acadêmicos e as últimas conversas com amigos, decidi falar um pouco da relação contraditória entre ambas as realidades novamente.
Durante a minha vida de estudante eu participei (ou melhor, visitei) muitos eventos. Tanto aqueles promovidos pelo mercado como pela academia, além dos que visavam uma ponte entre ambos. Quando somos estudantes e tímidos não nos sentimos muito a vontade de realmente tomar parte destas ocasiões. De fato, a maior parte destas experiências tinham mais uma sensação de aula do que conversa. Resumindo então em uma tradicional transferência de conhecimento um para muitos.
É interessante de notar que essa relação unidirecional é sempre favorecida pelo formato dos eventos. Sempre focados em palestras expositivas e contando com poucos espaços e aberturas para conversa. Apesar disso, nos eventos promovidos pelo mercado já existia uma abertura maior para uma conversa entre as pessoas.
Avançando na minha carreira em ambas as área, a discrepância se tornou mais evidente. Tendo apresentado papers em conferências acadêmicas, e participado como palestrante em outros encontros, fica clara a relação diferenciada entre esses dois contextos.
Nos eventos acadêmicos vemos que o valor maior aos que estão participando está em apenas cumprir seu papel de apresentar para assim garantir sua publicação. Isso é bem claro nas perguntas feitas pelo chair, que são mais políticas que curiosas, criando pouca abertura dos participantes em discutir suas pesquisas. É bastante contraditório que nestes eventos os relacionamentos dos pesquisadores permaneçam restritos aos seus círculos, sem se expandir. Sendo que o objetivo destas ocasiões deverias ser justamente o contrário.
Com relação aos eventos do mercado, queria excluir aqueles promovidos por empresas. Isso por que estes são voltados a vendas e jabá (por mais que digam o contrário). Quero focar nos promovidos pela e para a comunidade, pois estes focam no conhecimento sendo difundido. É incŕivel que estas ocasiões sempre resultem em conversas produtivas, novos relacionamentos e uma abertura incrível à conversa e troca de experiências. Quem se apresenta nestes eventos está sempre aberto a discutir seus trabalhos, receber críticas e dar conselhos. Esta riqueza não se restringe apenas aos que apresentam mas aos participantes. Não é raro cair em boas conversas com pessoas presentes sem muito receio. Fora que isso acontece sem custo, bastando puxar papo durante uma sessão ou coffe break.
Como desenvolvedor fico muito feliz de participar destes eventos e observar o quanto eles nos ajudam a crescer. Porém, como pesquisador me entristece ver o quanto perdermos de possibilidade de crescer em nossas atividades. Na maior parte, os eventos acadêmicos são patrocinados com verba de pesquisa e são bem mais caros que os eventos da comunidade. Este dinheiro poderia render muito mais frutos se tivesse um formato, e um clima muito mais adequado para a conversa. Mas tudo não está perdido, eventos como o WPOS, promovido pela UnB, é uma luz neste cenário. Um evento acadêmico em formato de conversa que já rendeu muitas colaborações no departamento onde atuo. Mostrando então que ainda existe luz neste cenário.
Durante a minha vida de estudante eu participei (ou melhor, visitei) muitos eventos. Tanto aqueles promovidos pelo mercado como pela academia, além dos que visavam uma ponte entre ambos. Quando somos estudantes e tímidos não nos sentimos muito a vontade de realmente tomar parte destas ocasiões. De fato, a maior parte destas experiências tinham mais uma sensação de aula do que conversa. Resumindo então em uma tradicional transferência de conhecimento um para muitos.
É interessante de notar que essa relação unidirecional é sempre favorecida pelo formato dos eventos. Sempre focados em palestras expositivas e contando com poucos espaços e aberturas para conversa. Apesar disso, nos eventos promovidos pelo mercado já existia uma abertura maior para uma conversa entre as pessoas.
Avançando na minha carreira em ambas as área, a discrepância se tornou mais evidente. Tendo apresentado papers em conferências acadêmicas, e participado como palestrante em outros encontros, fica clara a relação diferenciada entre esses dois contextos.
Nos eventos acadêmicos vemos que o valor maior aos que estão participando está em apenas cumprir seu papel de apresentar para assim garantir sua publicação. Isso é bem claro nas perguntas feitas pelo chair, que são mais políticas que curiosas, criando pouca abertura dos participantes em discutir suas pesquisas. É bastante contraditório que nestes eventos os relacionamentos dos pesquisadores permaneçam restritos aos seus círculos, sem se expandir. Sendo que o objetivo destas ocasiões deverias ser justamente o contrário.
Com relação aos eventos do mercado, queria excluir aqueles promovidos por empresas. Isso por que estes são voltados a vendas e jabá (por mais que digam o contrário). Quero focar nos promovidos pela e para a comunidade, pois estes focam no conhecimento sendo difundido. É incŕivel que estas ocasiões sempre resultem em conversas produtivas, novos relacionamentos e uma abertura incrível à conversa e troca de experiências. Quem se apresenta nestes eventos está sempre aberto a discutir seus trabalhos, receber críticas e dar conselhos. Esta riqueza não se restringe apenas aos que apresentam mas aos participantes. Não é raro cair em boas conversas com pessoas presentes sem muito receio. Fora que isso acontece sem custo, bastando puxar papo durante uma sessão ou coffe break.
Como desenvolvedor fico muito feliz de participar destes eventos e observar o quanto eles nos ajudam a crescer. Porém, como pesquisador me entristece ver o quanto perdermos de possibilidade de crescer em nossas atividades. Na maior parte, os eventos acadêmicos são patrocinados com verba de pesquisa e são bem mais caros que os eventos da comunidade. Este dinheiro poderia render muito mais frutos se tivesse um formato, e um clima muito mais adequado para a conversa. Mas tudo não está perdido, eventos como o WPOS, promovido pela UnB, é uma luz neste cenário. Um evento acadêmico em formato de conversa que já rendeu muitas colaborações no departamento onde atuo. Mostrando então que ainda existe luz neste cenário.