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Carreira em TI

Quem escolhe seguir o caminho da Tecnologia da Informação, escolhe uma estrada repleta das mais diversas opções. Muitos não tem noção de quão longe se extendem as possibilidades de atuação para tal profissional. Junto com o Rafael Miranda, tentei trazer para o papel algumas dicas e visões sobre essa realidade tentando ajudar as pessoas a experimentar mais o que se mostra a sua frente. Isso culminou na nossa apresentação no Agile Brazil deste ano.


Vou passar de maneira bem leve [e leviana] pelos principais pontos. Pra ficar mais palatável, eles se encontram divididos em dois grupos. Um em relação a Valores e Comportamentos e o outro sobre as Dimensões do Trabalho. Valores e comportamentos nos contam sobre a características internas e intrínssecas de você, tentando guiar nossas atitudes e objetivos. Já dimensões dizem respeito ao ambiente em que se escolhe inserir.

Valores e Comportamentos

Autonomia

Qual o grau de liberdade que você tem com relação ao seu trabalho? No mínimo que lhe é permitido escolher como fazer. Afinal, você faz o que faz por que sabe como deve ser feito. Aqui você define o melhor caminho para gerar suas saídas. Ganhando um pouco mais de autonomia, você passa a conseguir decidir o que fazer. Assim pode-se definir quais são os pontos mais importantes a serem resolvidos dentro de um problema ou projeto. Dessa forma, você já se vê capaz de definir quais são as saídas que fazem sentido pro seu trabalho. Por fim, se vẽ capaz de perguntar se vale a pena fazer. Será que este problema faz sentido? Será que este cliente é o mais adequado para a minha empresa? Agora você não não apenas se preocupa com suas saídas, mas também com as suas entradas e o propósito que elas carregam.

Responsabilidade

Quanto responsável você se sente pelo valor do seu trabalho? Você acredita que isso não cabe a você? Afinal quem define o valor do que está sendo realizado é seu chefe ou cliente. Vencendo um pouco essa barreira, você pode enxergar o valor naquilo que você faz. Sabe que o sue trabalho é uma parte de um todo e se concentra nele. Por fim, você entende a sua responsabilidade como um todo, vendo que o valor não se dá por você sozinho, e que você tem que se preocupar com os demais para garantir que aquilo que você faz alcance os resultados desejados.

Colaboração

Existe uma velha visão do desenvolvedor como o lobo solitário focado em seu trabalho. Ele recebe sua tarefa e a executa da melhor forma possível. Porém, a maior parte dos projetos envolvem mais pessoas. Neste caso e vale a pena evoluir e expandir seus horizontes para o time como um todo. Desta forma você verá a necessidade de ir além de suas tarefas e ajudar outros membros, enxergando o resultado conjunto. Forçando seus limites e indo além, você deixa de se restringir as fronteiras do time. Se necessário for, envolve agentes externos (clientes, departamentos, empresas) para se buscar o objetivo traçado.

Qualidade

Como você se sente com o produto final? Sua preocupação é se limita no que é visível? Não vê o valor naquilo que não se vê [de forma imediata]. Andando um pouco a frente, ovcê entende que tudo que foi pedido, da forma como foi pedido, é de valor. Muitos profissionais param aqui, como uma forma de defesa de sua responsabilidade. Mas quem consegue superar, busca sentir orgulho do que faz. Indo além do pedido e comprendendo o que realmente importa no seu trabalho.

Melhoria Contínua

Se você acha que a forma como você trabalha está bom, você se conformou com o que e como você realiza seu trabalho. Mas, se entende que é preciso estar constantemente aprimorando, você pode começar com passos mais seguros, um pouquinho de cada vez. Aceitando mudanças propostas, novas tecnologias e processos. Se começar a sentir uma vontade de correr riscos. Questionar aquilo que já está estabelecido e experimentar formas novas de se fazer varias de suas atividades, Colhendo assim ótimos frutos do seu trabalho.

Dimensões

Trabalho

Existem formas bem diversas de trabalho, as mais tradicionais incluem o espectro do Empregado e o Empregador. Ser empregado envolve acolher uma maior segurança em prol de uma maestria téncica. Já o empregador escolhe abraçar os riscos envolvidos em um negócio, a gestão de pessoas, em prol de ter uma visão completa do valor gerado. O Autônomo, busca um meio termo, possuindo a liberdade de se atuar com diversos negócios e valores ao passo que não tem pra si as responsabilidades de gerir um negócio.

Especialização

A corrente tradicional prega a famosa carreira em Y, onde a evolução profissional coloca ele na direção de ser um Gestor  ou um Especialista. Este é o profissional que domina com maestria uma técnica, área ou ferramenta sendo bastante eficiente e eficaz no que faz. Já o gestor é o profissional que saber guiar e nutrir equipes em direção a um objetivo comum (veja que eu fujo da definição de gerente). Mas nos últimos anos temos visto a ascenção do Generalista, profissional que caminha bem por diversas áreas sendo maleável nas mais diversas situações.

Área

Tradicionalmente temos três grandes mercados: Privado, Governo e Academia. Apesar de existirem grandes intersecções entre eles (seus objetivos e características) cada um possui facetas próprias. Generalizando de forma grosseira podemos dizer que: O mercado privado tem por objetivo a geração de valor econômico, levando a uma realidade mais agitada e demandante. Já o governo tem por objetivo o bem estar da sociedade*. Objetivo este que infelizmente é prejudicado pelos interesses que regem muitas das entidades, levando a uma realidade mais morosa e menos efetiva. Já a academia busca gerar novos conhecimentos, muitas vezes com foco maior no formalizmo. Isto leva muitas vezes a um descolamento entre o meio acadêmico com a sociedade e mercado.



Estes são, bem por alto, os pontos que apresentamos sobre a realidade de TI. Nem de longe são definitivos. E muito pelo contrário, estão aqui como um convite para críticas e sugestões. Considerem a discussão aberta.

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