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Aceleração de Startups - Parte 2 - Como é o ecossistema ?

Continuando a série sobre aceleradoras, onde na primeira parte eu falei sobre o que é uma. Hoje vou contar um pouco de como é o ecossistema que a rodeia. Vale ressaltar que o tipo de aceleradora descrita seria melhor definida como sendo uma aceleradora de estágio semente (seed stage accelerator) e desempenha um papel bem específico nos "degraus" da escalada empreendedora. Uma das formas visuais mais interessantes de desenhar este caminho é a feita pela Techstars para explicar ela participa nos mais diversos estágios do ecossistema.

Jornada empreendedora de acordo com a Techstars.

Usando esse desenho como base, vou tentar delinear como alguns elementos se encaixam nesse ecossistema. Vale ressaltar que essa não é uma relação exaustiva, novos tipos de intervenções são criadas a todo momento, antigas caem em desuso mostrando sua constante evolução e adpatação.

Aprendizado

No nível de aprendizado, o foco está em fomentar o empreendedorismo e a ensinar o básico de algumas técnicas usadas para a criação de startups. Seu foco é bastante intenso nos indivíduos e não nas empresas. Mesmo usando esse termo, tais iniciativas focam em suscitar a curiosidade e o interesse no assunto. Geralmente envolvem workshops curtos indo 1 dia a 1 semana. Dentre as iniciativas que se destacam temos o Startup Weekend e o Lean Startup Machine.

Formação de Fundadores 

O objetivo aqui ainda é em capacitar os fundadores. Porém, de forma mais profunda instruindo nas habilidades que os ajudarão a criar suas startups no futuro. Muitos programas nesse estágio se denominam pré-acelerações. Apesar de se utilizarem de idéias nascentes, tais programas exergam essas startups e sua execução apenas como um ambiente de teste para o aprendizado. Tais programas são fáceis de se identificar por algumas características. São programas curtos, durando de 4 a 6 semanas com um forte enfoque em conteúdo. Podem ser gratuitos ou pagos e não tem comprometimento de participação (equity).

Estes programas podem ser de grande valia para quem está começando agora neste universo e deseja ganhar um pouco mais de conhecimento antes de mergulhar de cabeça. Para escolher um bom programa vale observar qual o corpo de pessoas que vai ministrar os conteúdos. Devem ser de bom gabarito, com o intuito e capacidade de auxiliar no aprendizado. Observe quem é a organização responsável, seu histórico e o interesse dela em realizar o programa. Muitos são realizados por faculdades, aceleradoras ou grandes empresas como forma de estar de olho em novos talentos ou idéias e execuções sinérgicas. Um ponto que desaconselho é, nesta etapa, ter qualquer tipo de vínculo ou amarra. Ceder participação ou limitação de atuação comercial em uma fase tão inicial pode significar o fim de uma carreira empreendedora prematuramente.

Fomentar Startups

Nesta etapa o objetivo é ajudar startups chegarem no próximo estágio. É aqui que as aceleradores de estágio semente que eu descrevi se encaixam. Vale também citar aqui outras iniciativas como as tradicionais Incubadoras. Estas funcionam de maneira similar as aceleradoras, dando suporte de conhecimento para auxiliar empresas nascentes. Normalmente incubadoras estão associadas a universidades, não se limitam apenas a startups, possuem um enfoque em modelos mais tradicionais de gestão e atuam em um tempo mais longo (usualmente de 1 a 2 anos).

Ganhar Escala

Muitos pensam que neste estágio a única iniciativa válida seria os investimentos de risco (Venture Capital). De fato, investimentos estão presentes em todos os estágios e valeria uma conversa apenas focada neles. Mas pensando em iniciativa de fomento, vale destacar uma ganhado corpo nos ultimos anos. São os programas de aceleração para scale-ups. Estes focam em produtos já em execução, que tenham provado uma boa colocação e execução no mercado, mas ainda não tenham alcançado o ponto de escala. Seu objetivo também é em auxiliar a empresa a chegar no próximo estágio. A diferença fica nos desafios que uma organização já formada, com um produto que resolve um problema e com um modelo de negócio provadamente repetitível, possuem. Iniciativas que valem de se destacar aqui seria o YC Series A program e o BTG Boostlab aqui no Brasil.




Espero que com esse e pequeno texto tenha ficado mais claro como as diversas iniciativas do ecossistema se complementam. Em especial, espero que esteja mais claro como os programas de aceleração se diferenciam dos demais. Cada um tem seu lugar em fomentar a jornada empreendedora conforme ela evolui. Meu incômodo que tentei demonstrar é que diversos programas se vendem como iniciativas não correspondentes, com o intuito de "inflar" seu valor. Entender bem onde cada iniciativa se encaixa ajuda a identificar quem são os bons elementos do mercado e como eles podem realmente te ajudar.

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